Há umas duas semanas atrás, eu estava em uma comunidade chamada Melancias II, na casa do nosso amado irmão Sebastião, participando de um culto e logo em seguida, de uma vigília de oração. Depois do término do culto, eu me afastei um pouco enquanto aguardava o início da vigília e fiquei olhando o campo vasto banhado pela palidez da noite de luar. Enquanto olhava aquela cena lindíssima que muita gente não tem interesse de ver, de repente, ouvi o canto de uma coruja que não pude ver, protegida pelos galhos verde-escuro, das árvores que pontilhavam o cenário apropriado para a inspiração do poeta. Coruja é uma ave noturna e de rapina, de olhos grandes, bico curvo, que se alimenta de pequenos roedores, répteis, anfíbios, pequenos insetos, pequenos pássaros como pardais, escorpiões, etc.. É uma ave tímida, por isso, vive em lugares sossegados. Durante o dia ela cochila em seu ninho ou toma sol nos galhos de árvores. Possui uma visão 100 vezes mais penetrante que a visão humana e uma ótima audição. Tem vôo suave e silencioso.
Para enxergar alguma coisa ao seu lado ela tem que virar a cabeça, pois seus grandes olhos estão dispostos lado a lado, num mesmo plano. Por alimentar-se de insetos, é muito útil ao homem, beneficiando-o na agricultura. Para muitos, é uma ave agourenta, por causa do seu aspecto horripilante e canto lúgubre, mas para os gregos a coruja é símbolo da sabedoria. Naquele momento bateu-me uma forte e profunda saudade dos tempos em que eu aproveitava essas situações para escrever uma palavra a você. Lembrei-me das dezenas de vezes que usava uma antiga máquina de datilografia emprestada, e passava noites a fio, escrevendo comentários, lições bíblicas para a Escola Dominical, uma palavra a você, o Boletim Informativo e tantas outras atividades na área da escrita. Lembrei-me também, que tudo isso sucumbiu após ouvir o canto de uma coruja esta sim, agourenta, maliciosa, pronta para destruir sentimentos, e torpedear caminhantes simples como eu que passam na estrada empoeirada do cumprimento das suas tarefas, as mais sacrificosas possíveis. Mas naquela noite, o canto daquela ave anônima, que eu não pude ver, foi como um revitalizador restaurando a minha alma e me chamando para ocupar a minha posição na obra do mestre e me empurrando para continuar a tarefa nobre de escrever, e repassar para você uma Palavra especial. Queira Deus, que o despertar na minha alma provocado pelo canto daquela coruja, lhe alcance provocando as mesmas bênçãos. Irmãos, irmãs e amigos, Graça e paz vos sejam multiplicadas.